Síndrome do Impostor e o Desenvolvedor
Isaque Barbosa setembro 20, 2024 #Life #Psychology #Impostor #Syndrome #Mental #HealthIntrodução
Por que resolvi abordar esse tema? Bom, desde que me lembro, sempre tive muita dificuldade em me expor para o mundo, e parte dessa dificuldade era porque eu não me achava suficiente. Eu não via valor no que poderia ensinar a outras pessoas, no que poderia agregar. Da mesma forma, comecei a observar ao meu redor e notei que talvez essa síndrome fosse mais comum do que eu pensava e que talvez fosse importante falar sobre o tema e como ele está muito presente no nosso meio.
O que é a Síndrome do Impostor?
A Síndrome do Impostor é um transtorno psicológico em que a pessoa não consegue se reconhecer. A pessoa se enxerga como insuficiente, não merecedora de suas conquistas e cargos, e acredita que será desmascarada a qualquer momento.[1]
E o desenvolvedor, aonde se encaixa nisso?
Ao longo das minhas vivências, tanto no âmbito acadêmico quanto no mercado de trabalho, sempre presenciei nas pessoas ao meu redor algum nível dessa síndrome. Não obstante, eu também me coloco no mesmo cesto. Acho que a pressão do mercado, as vagas exigindo cada vez mais de nós e a quantidade de conhecimento que precisamos obter acabam gerando uma grande ansiedade em nós, e, como consequência, desenvolvemos esse transtorno.
Uma das raízes que observo é a tentativa de cumprir todas essas exigências e, infelizmente, temos um tempo muito limitado. Para alguns grupos, a exigência de ser alguém expoente vem desde muito jovem. Pessoas LGBTQIAPN+, pretas, mulheres, PCDs, neurodivergentes, entre outros, sofrem uma cobrança muito grande porque, além de ter que cumprir com as exigências do mercado, elas precisam ser mais, entregar mais, para, no final, estarem no mesmo patamar que os outros.
Obviamente, essa síndrome não é exclusiva de quem trabalha com software. Este texto é uma observação da nossa bolha e, principalmente, da minha vivência, da minha luta. A própria criação deste blog foi uma dificuldade muito grande e uma luta que eu venci, mesmo tendo vergonha de não saber sobre o que exatamente escrever ou se o que eu falo tem valor ou se precisa ter, mas cá estou eu. E para os outros que também passam por isso, estamos aqui unidos, somos capazes e, por mais difícil que a trajetória seja, o pior é o primeiro passo. Dado o primeiro passo, dada a tentativa, o resto é continuar firme.